Suicídio, necessidade de atenção e preconceitos foram debatidos em seminário
20/06/2018 11h07 - Por: Henrique
Preconceito, abandono, suicídio, necessidade de atenção especial e crimes diversos contra idosos estiveram entre as questões centrais debatidas na tarde de terça-feira (19) durante o 3º Seminário Estadual de Enfrentamento à Violência contra a Pessoa Idosa. O evento, promovido pela Frente Parlamentar em Defesa da Pessoa Idosa, presidida pelo deputado Renato Câmara (MDB), foi realizado no auditório da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Mato Grosso do Sul (OAB-MS), em Campo Grande, e contou com aproximadamente 200 participantes.
"No passado, os idosos tinham mais valor?", questionou, retoricamente, o coordenador da Universidade Aberta à Pessoa Idosa da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Eduardo Ramirez Mesa, que proferiu a palestra "Violência contra pessoas idosas: o que governo e sociedade precisam saber para enfrentá-la?", a primeira das três ocorridas durante o seminário.
A essa questão, ele notou que é equivocado pensar que, no passado, o respeito ao idoso era maior. "Não há nenhum estudo que respalde isso", disse. Ao contrário, continuou o palestrante, pesquisas sobre alguns povos antigos mostram que havia o costume de deixar a pessoa mais velha morrer em local isolado quando acreditavam que não era mais útil à tribo.
"Avançamos muito", afirmou Mesa. "A decisão política de universalizar direitos e proteger todos os idosos é nova, própria deste momento histórico da consciência nacional", notou.
Apesar disso, é preciso superar a barreira dos preconceitos, segundo avaliou o palestrante. "Na base da violência contra a pessoa idosa, encontra-se o preconceito", observou Mesa. Conforme ele, o envelhecimento, algo natural, é considerado negativo devido à representação social da velhice. "São estereótipos associados ao idoso, como pessoa doente, rabugenta, excêntrica", acrescentou.