Renato Câmara defende adiamento das eleições e diz que combate ao coronavírus é a prioridade
24/03/2020 09h42 - Por: Jhonatan Xavier
Com o avanço do coronavírus no Brasil e o nível de pandemia, decretado pela Organização Mundial de Saúde, o deputado estadual Renato Câmara (MDB) destacou nesta segunda-feira (23) que a prioridade do país momento é o enfrentamento ao coronavírus e que também vai se posicionar de forma favorável ao adiamento das eleições deste ano, marcadas para 04 de outubro.
Segundo o deputado, que é pré-candidato do MDB a Prefeitura de Dourados, o Brasil não pode colocar na pauta o debate eleitoral enquanto não tiver tranquilidade e o controle da doença. No final de semana, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, sugeriu o adiamento das eleições municipais de 2020 por causa da pandemia.
Renato Câmara também defende que os recursos destinados a eleição sejam realocados. "Nesse momento isso não é um gasto prioritário. Além do Fundo Eleitoral, existe um custo altíssimo para se realizar uma eleição. Na minha opinião, todos esses recursos devem ser destinados ao combate e ao acolhimento dos afetados com o coronavírus, seja do ponto de vista da saúde ao aspecto econômico", frisou.
Para o emedebista, esse é o momento da sociedade unir esforços em defesa da saúde pública. "Nós não temos a real previsão de quando voltaremos a nossa rotina normal. Alguns especialistas falam em 3 ou 4 meses. Não temos nenhuma certeza em relação a isso. A sugestão do ministro é muito válida, porque nesse momento não existe nada mais importante do que discutir a questão do coronavírus. É uma pauta nacional e temos que nos unir, políticos, partidos, população, em um conjunto de esforços para que possamos superar essa pandemia. Toda a população está preocupada em discutir ações concretas para enfrentar essa pandemia que ainda está se instalando, ainda não está causando os danos que as projeções indicam. Quanto mais ações e ideias nós tivermos nesse sentido, vai minimizar os reflexos dela", avalia.
Conforme o deputado, o momento difícil enfrentado por toda a população brasileira impede que o debate eleitoral seja inserido, até mesmo devido à impossibilidade de desenvolver uma campanha de rua e promover o contato com as pessoas. "Existe a grande possiblidade de chegarmos em agosto e setembro com algumas restrições impostas pelo vírus. Diante disso, as eleições ficam em segundo plano. Se for possível fazer as eleições, se as pessoas estiverem seguras, se já tiver passado essa onda, tudo bem. Mas diante de uma situação como essa, que não se sabe o futuro ainda, quais serão os danos, acredito que futuramente vai se discutir o adiamento das eleições. Como o candidato vai fazer suas propostas? Só pela internet? Não pode colocar em risco as pessoas e se você se contaminar acaba passando para um número grande de pessoas porque em campanha eleitoral você precisa ter diálogo, debate, aglomerações. Isso tudo, por ser vedado, impossibilita uma campanha eleitoral. Então, vejo que provavelmente, por precaução e por razões racionais, óbvias, as eleições devem ser adiadas porque não estão na pauta de prioridades de todos nós", definiu.
Além desses pontos, Renato Câmara também argumenta que toda estrutura eleitoral está prejudicada com as restrições sociais enfrentadas no país, como exemplo o funcionamento de órgãos públicos, atendimento ao eleitor e o funcionamento dos cartórios eleitorais.