Profissionais representantes das Polícias Civil e Militar e do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul participaram de live do Deputado Renato Câmara

Profissionais representantes das Polícias Civil e Militar e do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul falaram sobre os desafios enfrentados pela área da Segurança Pública durante a pandemia. O debate virtual, realizado nesta quarta-feira (28), foi proposto pelo deputado Renato Câmara (MDB) e mediado pela subsecretária estadual de políticas públicas para mulheres, Luciana Azambuja. A iniciativa fez parte da Semana Estadual de Segurança Pública.

“Esse é um debate importante, sabendo que mudou um pouco a dinâmica da violência, principalmente doméstica, nessa pandemia. Temos uma violência mais silenciosa, e é grande o desafio das forças policias em ter esse olhar para o novo momento e continuar dando segurança e proteção à sociedade”, refletiu o parlamentar proponente do evento.

A mediadora da live destacou o apoio da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS) nos debates dos temas da sociedade. “É cada vez mais importante a parceira da Assembleia Legislativa, que sempre que demandada deu todo apoio para sensibilização e conscientização da população”, afirmou Luciana.


Live foi proposta pelo deputado Renato Câmara e mediado por Luciana Azambuja

A subsecretária também chamou atenção para a importância da garantia dos diretos da população, principalmente em tempos de pandemia. “Não posso deixar de ressaltar que o direito à Segurança Pública é fundamental. Impossível o exercício dos outros direitos sem a presença da segurança”, disse.

Desafios da Segurança Pública

Para o secretário adjunto de Justiça e Segurança Pública, coronel Ary Carlos Barbosa, a pandemia impôs desafios a todos e houve mudanças na forma trabalhar. “Aumentamos nossa atuação no Estado, tivemos também atividades adicionais nas nossas missões. Participamos de todas as ações relativas à pandemia, em especial nas restrições de circulação, nas barreiras sanitárias, nas mudanças dos cursos militares e na forma de registro de ocorrências”, elencou o subsecretário.

Já o Comandante da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, Coronel Marcos Paulo Gimenez, apresentou três desafios principais: a formação dos novos militares durante a pandemia, o convencimento da sociedade para as ações de biossegurança e a superação da tropa. Além disso, ele explicou que os policiais estão usando informações de inteligência para as operações.

“Mapeamos na cidade os pontos possíveis de serem usados para aglomeração. Planejamos para antecipar as ações e impedir que as reuniões aconteçam. Temos encontros clandestinos nas saídas da cidade, em locais mais afastados e inabitados”, disse. Segundo o militar, só em 2021, já foram feitas cerca de mil operações a mais que em 2020.


Live contou com participação de representantes da Segurança Pública

Representante do Corpo de Bombeiros, a tenente-coronel Tatiana Dias de Oliveira falou das atividades exercidas pela corporação. “Foram várias atividades que tivemos que iniciar do zero. Atendemos o disque Covid, fazemos barreiras, estamos na distribuição de vacinas, na sanitização de locais públicos, no serviço aeromédico para transporte de pacientes e nas atividades junto aos laboratórios”, enumerou.

Violência doméstica

Os casos de violência doméstica também foram temas do debate. “Percebemos que a pandemia foi especialmente cruel com crianças e mulheres. Com a pandemia, a vítima fica confinada com o agressor e isso dificulta as denúncias”, revelou a delegada titular da Delegacia de Atendimento à Mulher de Dourados, Paula Ribeiro dos Santos. Segundo a profissional, houve diminuição dos registros de boletins de ocorrência. “Diminuição registro não significa diminuição de casos”, alertou.

De acordo com a delegada, a pandemia impediu a evolução nos registros de ocorrências. “O maior desafio para nós é conseguir trazer essa mulher para a rede de proteção”, afirmou.

Para a subsecretária Luciana, a pandemia trouxe consequências sérias não só para mulheres, mas para crianças, idosos e pessoas com deficiência. “O isolamento trouxe potencialização da violência. Há maneiras de fazer denúncias silenciosamente, por meio de sites. Não se calem, busquem ajuda e orientação”, destacou.

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