Seminário do Leite: “aula magna” para acadêmicos de Aquidauana e Campo Grande

O Seminário Estadual do Leite “Desafiando Gestores e Criando Oportunidades”, realizado na última terça-feira (30-05), por proposição do coordenador da Frente Parlamentar do Leite, vice-presidente da Assembleia Legislativa de MS deputado Renato Câmara (MDB), reuniu uma seleta plateia de universitários de Aquidauana e Campo Grande.

De Aquidauana participaram acadêmicos dos cursos do 1º Ano de Zootecnia e Agronomia da UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul). “Uma participação fundamental. Esta é uma maneira de prepararmos os acadêmicos em processo de formação, com informações mais atualizadas possíveis, desta vez, sobre a cadeia produtiva do leite em MS. As palestras permitem aprimorar os conhecimentos teóricos com a atividade prática. Além disso, o contato com empresários da indústria, lideranças do meio político e em especial com os produtores, ajudam os alunos a se tornarem um profissional diferenciando da pecuária de leite, para, futuramente atenderem a contento as necessidades de nosso Estado”, afirmou o Diretor da UEMS Campus de Aquidauana, Tiago Junior Pasquetti.

De Campo Grande foi registrada a presença de Acadêmicos da UFMS, do 1º Semestre do Curso de Engenharia de Alimentos da Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Alimentos e Nutrição (Facfan). A participação no Seminário atendeu a Disciplina de Sistema Agroindustrial Alimentar e contou com o apoio da Monitora Ana Julia Solon Cardoso e como Docente Responsável a Profa. Dra. Raquel Pires Campos.

O proponente do Seminário, Renato Câmara, abriu o evento justificando a realização contempla a “Semana Sul-Mato-Grossense do Leite” instituído pela Lei Estadual nº 4.409 de 2013, porém, a iniciativa é um instrumento de apoio ao setor leiteiro visando sinalizar alternativas através de sugestões de todos os atores da cadeia produtiva do leite, sobretudo, o Poder Público Estadual. “Para consubstanciar um futuro projeto do Governo do Estado, de autoria da SEMADESC, que visa a recuperação do setor, primeiramente, precisamos conhecer e entender o atual momento da produção do leite no mundo, no Brasil e em Mato Grosso do Sul para juntos, apresentarmos sugestões ao plano. Por isso, a importância das palestras. O que precisamos é “virar a chave do leite” em nosso Estado”, frisou o deputado.

A atividade extracurricular prendeu a atenção de todos os universitários. Com a abertura de palavras para a plateia, os alunos interagiram com os palestrantes obtendo respostas às indagações. A maioria dos alunos considerou o Seminário como uma verdadeira “aula magna” pelo nível das palestras e conteúdo abrangente de informações. “Mesmo para nós, já formados, as palestras trouxeram dados de muita importância para nos situarmos ainda melhor sobre cenário leiteiro de MS”, afirmou o médico veterinário, Anderson da Silva, do município de Itaquiraí.

PALESTRAS APRESENTADAS

Na palestra “Panorama do mercado do leite do Brasil”, o pesquisador da Embrapa Gado de Corte, Samuel José de Magalhães Oliveira, doutor em Economia pela Universidade de São Paulo (USP), apresentou cenário de produção e produtividade baixas do leite em Mato Grosso do Sul e no País. De acordo com números e estimativas da Embrapa apresentados pelo pesquisador, com base em dados da Food and Agriculture Organization (FAO), o Brasil produzia, em 2020, 97 milhões de litros de leite por dia. Eram 1,14 milhão de produtores, com produção média diária por propriedade de 85 litros. Em Mato Grosso do Sul, com 12 mil produtores, eram produzidos 67 litros por dia por propriedade e produção média total diária de 800 mil litros.

A médica veterinária Heloíse Duarte, proprietária da Empresa de Inteligência de Mercado ICOW e especialista da “Beba Mais Leite” de Belo Horizonte (MG), afirmou em sua palestra que o aumento da produção também depende da outra ponta da cadeia: o consumo. Ela defendeu de modo especial, o leite com o selo A2, certificação de produtos obtidos a partir de animais selecionados e capazes de produzir apenas a chamada “beta-caseína A2” (proteína do leite, que facilita a digestão desse alimento pelos seres humanos). “Essa certificação é um dos caminhos possíveis para atender consumidores com tendência de buscar produtos melhores para a saúde em um cenário de crescimento de renda. 67% das pessoas se dizem dispostas a pagar mais por produtos mais saudáveis”, garantiu a palestrante.

A terceira e última palestra do Seminário destacou um case de sucesso. O produtor rural de Mato Grosso do Sul, Lineu Pasqualotto, sócio-diretor da Agropecuária Missões, em Dourados, é referência no setor, pois, valorizou a sustentabilidade e às tendências mundiais do mercado. Ele falou de sua experiência e apresentou números que mostram a possibilidade de ganhos significados em uma cadeia, que, no estado, registra uma trajetória de quedas anuais constantes. Lineu informou que uma das preocupações centrais em sua propriedade é o bem-estar animal. Como exemplo, ele disse que todo seu rebanho é mantido no sistema compost barn, modelo em que as vacas ficam em um espaço coberto e com o chão revestido de serragem e a produção é feita com custos reduzidos de manutenção e com melhores índices produtivos. O estágio de produção está tão avançado que sua produtividade está em “nível Argentina”, com alta rentabilidade.

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